[CRP] Circus in the City

O palhaço observava calmamente a cidade. Caminhava pelas nuvens despreocupado com um sorriso no rosto. Seu corpo irradiava felicidade e calor... Mas ele não era bonzinho. No fundo Oz só queria uma coisa: ver o Circo pegar fogo. Transformar tudo em cinzas em nome do Grandiosíssimo Shiva... Não seria tão ruim. Seria maravilhoso. Matar um por um de cada ser ridículo existente neste mundo. Incluindo humanos... Ele observava tudo de cima: cada talho sangrento que a humanidade fizera na Criação, cada cicatriz incurável, cara nuvem de fumaça saindo das fábricas... Ele observava tudo apenas aguardando para levar a punição... Foi então que se virou.
- Á quanto tempo... - murmurou.
Em seguida virou-se para o outro ás suas costas.
- E você também... - disse com um sorriso. - Como vão meus velhos amigos?

As chamas dançavam entre os dedos de Oz enquanto ele sorria de forma gentil porém claramente falsa. O palhaço olhou para os companheiros.
- Eu não vejo como deixá-los vivos pode fazer bem ao Grandiosíssimo senhor Shiva... - murmurou. - Eu planejo destruir algumas cidades apenas por enquanto... Não quero chamar atenção daquela deusa grega... Ela é muito tediosa.
Em seguida deu ás costas para os companheiros olhando para o mundo á baixo: um mundo de falsas existências. Poluído pelas almas corruptas da humanidade. O Palhaço voltou-se para seus companheiros.
- E então? - perguntou. - O que fazem?

O deus sol apenas sorria com cuidado. Assim como ele era um dos deuses mais poderosos do período da criação, aqueles dois eram seres de imenso poder: Ravana, que derrotou até mesmo Hanuman, uma das encarnações de Shiva em um combate, e Vrtra, a personificação da seca e da destruição na forma de um dragão que apenas Indra conseguiu derrotar. Assim como ele seus velhos amigos haviam sido trazidos de volta por Shiva para servi-lo, á contra gosto do Imperador Yama do Submundo. Se bem que o próprio Oz nuca esteve realmente morto, renascendo sempre que descia em direção ao oeste para se banhar. Ele ignorou a zombaria de Ravana como todo bom palhaço. Cruzou os braços ás costas ainda com um sorriso no rosto.
- Bom, não preciso da ajuda de ninguém por enquanto. - murmurou. - Façam o que quiser. Eu cumprirei meu papel devidamente... Mas antes.
Seu sorriso desapareceu assumindo uma expressão séria e preocupada.
- Ultimamente as estrelas estão agitadas. - comentou. - Uma deusa grega tão antiga quanto á mim está despertando. Algo está prestes á começar aqui.

Oz assentiu.
- Me refiro á alguém que deseja não apenas o fim do Dia de Brahma, mas sim o fim de todos os Panteões. - comentou.
Ele ergueu a mão materializando uma estrela que brilho fortemente. O deus observou aquela estrela com atenção. Ele então fechou a mão apagando as chamas que eram para serem infindáveis. Virou-se novamente para os companheiros.
- Uma deusa da noite tão velha quanto meu irmão e eu. - disse ele. - Mais velha que os Trimurti assim como nós. Ela vive além de meus limites onde as estrelas não podem se aproximar. - ele lançou um olhar para a Terra. - Ela pretende destruir tudo isso. Toda essa beleza. Minha única e verdadeira intenção é a extinção da raça humana e nada mais que isso.
Ele olhou para aquelas terras destruídas.
- Por isso quero que saibam que toda e qualquer intenção negativa que tenham para destruir este mundo... - disse ele e em seguida lançou um olhar ameaçador para os dois capaz de fazer o mais corajoso dos guerreiros recuar. - Vai virar cinzas...

Oz deu um meio sorriso.
- Nenhum inimigo com quem lutou até agora... - comentou. - De qualquer modo, eu ouvi que essa deusa ancestral leva o nome de Nyx. Seria a versão feminina de meu irmão Varuna... Só que muito mais agressiva e perigosa.
Ele sentou-se no ar em pernas de índio, flutuando paralelamente no espaço. Olhou para os companheiros. Agora que deixara claro o que desejava estava muito mais bem humorado do que anteriormente. Olhou para os dois com seriedade:
- Ela vive em um mundo chamado Gehena. - disse ele. - Na mesma dimensão em que eu observo o lixo se entulhando lá em baixo. Soube que os Caídos são quem guardam os aposentos da deusa. E também ouvi que ela é um ser vil e maligno, que ajudou á prender o próprio marido no reino que os gregos chamam de Tártaro. Creio que ela esteja querendo tornar tudo isso ao nosso redor no mais profundo breu.

O deus do sol deu um sorriso descontraído. O éter ao seu redor se iluminou e tremulou. E então elas apareceram: as Lótus. Primeiro á de Ravana, coberta por cabeças de tigre, com a coroa de um rei, negra e dourada, em seguida a de Vrtra, com placas rubras dando a impressão de escamas grossas e afiadas sem elmo algum. E por fim a de Surya: alaranjada e dourada, com um elmo com raios solares emoldurando o rosto e uma postura mais dinâmica para combate acelerado.
- Sim, sim... - assentiu. - Concordo com o que dizem. Mas só me preocupo com este universo. Essa maravilha que criei arduamente junto de meu irmão... Bom, estou parecendo um velho tolo falando essas baboseiras bestas... Algum plano que tenha á ver com diversão?

Surya riu animado. Tinha esquecido do humor sádico de seus companheiros.
- Bom. - disse ele. - Se divirtam a vontade afinal é o fim do Dia de Brahma. Só tmem cuidado para que Atena não note nosso plano.
Ele olhou para a própria Lótus... Ela parecia digna de algo superior á um rei... E era isso que ele era: um deus superior até mesmo á Indra, o rei dos deuses, assim como fora superior á seu irmão quando este ocupava a mesma posição.

O astro rei abriu os braços. Sua Lótus brilhou e se soltou prendendo-se ao corpo do dono e enchendo-o com o poder do sol. As chamas se enalteceram queimando junto de seu menso cosmo, ele olhou para o mundo ao fundo do Akasha, do éter, o reino dos humanos... Ele lembrou-se de moldar cada pedra e cada rio, até que seu amigo Brahma decidiu criar a vida: a humanidade. Ele no começo não os achava algo tão ruim, as mulheres eram lindas e os homens eram amigos leais e trabalhadores muito esforçados. Mas o mundo apodreceu graças á humanidade, e ele iria limpar a bagunça.
- Vamos. - ele estalou os dedos.
Dois pequenos sóis surgiram flutuando ao seu lado, ele apontou para baixo e os dois sóis caíram na Terra estourando e explodindo em uma massa de magma e calor surpreendente que transformou a cidade em cinzas.