The Fool and The Death

- Em primeiro lugar, eu estou aqui... - murmurou o deus do fogo sentado em pernas de índio sobre a cabeceira do trono de Hades. - Belo aposento... Melhor que... O "ultimo estabelecimento" em que descansei.
Ele estalou o dedos fazendo com que a ilusão á frente do deus do Inferno se desfizesse. Saltou acrobaticamente para frente do deus e sentou-se em pernas de índio rente ao trono. Em seguida esticou-se um pouco e estalou seu pescoço ainda um pouco dormente dos tempos amarrado por tripas. Ele deu um sorriso para Hades. Hora do show.
- É um prazer revê-lo velho amigo. - riu ele. - Estava visitando minha filha Hel... E bem, vocês são praticamente vizinhos então por que não passar para dar um oi?
Ele deu uma gargalhada deixando a ironia pairar no ar. Em seguida mudou para uma expressão mais séria com os olhos queimando com as chamas famintas da loucura e da ira. Hades juntou as mãos como um empresário.
- Agora vamos aos negócios. - murmurou ele com um tom forte na voz.

O trapaceiro sorriu friamente agora tomando uma posição mais séria.
- Exatamente. - disse ele.
Hades tinha noção exata do que estava havendo: Loki lhe havia contado á muito tempo sobre a lendária profecia que narrava a morte de todos os deuses de Asgard, tanto Aesir quanto Vanir. O deus do fogo também estava incluso na tal profecia sinistra na qual seria o ultimo a morrer suicidando-se com a lança de Heimdall... Mas agora ele tinha um trunfo, uma arma contra os Aesir...
- A profecia era uma arma um pouco imprevisível demais, contaria com a morte de mim e meus filhos... - Loki levantou-se cruzando os braços ás costas e caminhando de um lado para o outro. - Mas consegui uma forma simples de driblar a profecia... Já ouviu falar de meu pai?

Loki deu de ombros.
- Você também estava á uns vinte anos atrás. - comentou. - Convenhamos que nada morre por muito tempo... E há um meio de reanimar meu velho...
O deus do fogo levou o indicador aos lábios e cortou a ponta do dedo com um de seus caninos afiados de lobo. Ao invés de sangue o que escorreu foi lava. Aquilo que corre nas veias dos gigantes... Loki moveu o indicador escrevendo as runas no ar até acabar com a que o representava. Ele abriu os braços com um sorriso orgulhoso enquanto as chamas paralisavam-se no ar e seu ferimento se fechava. Era uma frase em nórdico que poderia deixar mesmo Érebo impressionado. "Aquele que segurar o Anel da morte escapará mesmo que o tenebroso abraço o acoite durante longas eras."
- O Primeiro Anel dos Nibelungos. - comentou Loki. - Eu o forjei utilizando o sangue de todos os tipos de seres imortais. Gregos, egípcios, romanos, nipônicos... Até mesmo o sangue daqueles malditos maias. Quem o utiliza não morre e mesmo que estiver morto ressuscitará... Não importa quanto tempo já tenha passado.

Loki sorriu. O ponto final... O ápice de seu plano. Uma gargalhada fria soltou-se dos lábios do deus do fogo... Que contrariamente também era o segundo gigante de gelo. O trapaceiro surgiu ao lado do trono do poderoso rei do inferno desfazendo sua ilusão, da qual ele tinha certeza que o Imperador não tinha notado. Sentado na lateral do trono ele murmurou:
- Mesmo que eu não possa controlá-lo, afinal meu pai é muito mais antigo que eu, tenho certeza de que ele nos ajudará... Ele tem um ódio insano por todos os Aesir e os Vanir. - ele riu secamente. - Meu pai pode reescrever o Ragnarok, do jeito que ele quiser... Pode tirar a parte que inclui a morte do meu exército... E incluir a parte em que todos os meus inimigos, de qualquer panteão que seja, morrem... E isso incluí os inimigos dos meus aliados é claro...
Se transformando em um falcão o deus voou para fora da Sala do Trono deixando o Senhor dos Mortos sozinho em seu trono. Aquilo era o suficiente para levar qualquer um á um acordo mesmo aquele cara. A manifestação astral sumiu deixando o palácio em silêncio enquanto Loki abria os olhos em um hotel em Vegas e jogava sua mão na mesa para azar dos competidores: Royal Straight Flush, o Triunfo do Coringa.

Loki deu um sorriso e pegou uma taça á sua frente tomando uma birita com o bom e velho guarda-chuvinha.
- Amanhã refaço Vegas. - murmurou. - E por mim tudo bem... Eu sempre venço mesmo.
E colocou as cartas na mesa rindo. Enquanto isso estava tendo uma agradável conversa com sua prima e antiga melhor amiga. Uma conversa sobre como "desderreter" um picolé... Enquanto tomava sorvete no topo da Abóboda da Grande Catedral no Vaticano e jogava boliche com uma garota na Alemanha enquanto meditava em um templo na Muralha da China de frente á uma estátua de Bai Hu.
- Que comece o jogo.