[RP Fechada] —Do I Wanna Know? — I Don't Care!

No silêncio, sua cabeça cantarolava Strauss junto de sua mão que pendia um taça orgulhosa, de vinho que ia com algumas vezes, perto dos lábios bebericando poucas porções até fitar o imenso ou ainda, o mundo que estava fixo a seus pés. Suas bochechas mesmo sem muito vigor, mantinham-se vermelhadas e os olhos seriamente sérios, e inaparentes para a paisagem. O Pântalo lhe agradava, parecia emergir uma essência tão sublime e depressiva, lhe lembrava os campos de concentração. Suspirou entre as a natureza morta, como um pobre desvairado se esgueirando aos poucos não se importando com o amanhã. Sentiu certa dor lhe dominar ficando calado até fitar o nada. Nada que tinha tudo e tudo que ele não precisava :

— Droga. - Sussurrou ao compreender que o lugar não lhe dera diversão se suas mulheres estivessem por ali. O dedo profuso passou pelo lábio em demonstração de reflexão até torcer o mesmo vendo que não tinha saída.

O calor do álcool lhe percorria os sentidos, por um instante até mesmo, parando de respirar. fechou os olhos encostando a cabeça contra o tronco sentindo em seguida um frio enlouquecedor a tomar conta do corpo. Num susto disparou a frente, dando capacidade para virar a taça contra o chão que gradativamente se encobria de neve agora salpicada com o tom rubro da bebida. Sua mão foi a testa tentando avaliar a situação até escutar uma voz feminina que o fez virar a cabeça rapidamente. Fitava por vez, uma silhueta feminina invernal com uma pele pálida e olhos claros. Ficou ali a observá-la sem dizer nada, sua língua se embolou , mas uma frase lhe coçava e enfiando as duas mãos nos bolsos preencheu os pulmões de ar comprimindo por dois instantes até deixar uma máscara de alívio o pairar :

— Acho que eu que devo fazer esta pergunta, não acha? - Ele arqueia uma das sobrancelhas, virando a taça com a ponta do pé até recuar um passo atrás e encarando.

A fala dela o fez ficar com uma interrogação na cabeça. Pensou por uns segundos numa possível burrada que teria feito, até suspirar engolindo a seco as antigas palavras. ainda fitava sua taça veemente desperdiçada com uma face entre  fúria e tristeza, melancolia diária para falar a verdade. Moveu s pés no intuito de se aproximar dela, tinha ainda as mãos dentro dos bolsos e um olhar carregado de seriedade. Parado agora, defronte ele o mesmo ergue um pouco o queixo e a observa. Os glóbulos oculares fitou cada um dos olhos até um longo suspiro erguer uma enorme parede entre os dois :

— Confiável? - Mordeu o lábio para lubrificar. — Talvez... - Sussurrou. Suas análises estavam apenas pelo início. Cruzou os braços olhando para trás até voltar-se a divindade. — Ver um deus no inferno que não seja meu pai e Hypnos, é bem complicado. - Ele olhou o chão um pouco de lado até pensar no que dizer pelo que estaria ali. Não sabia o que falar realmente, o motivo era mesmo só por estar. Respirou, olhou ela, o chão congelado e a taça :

— Quem sabe? Talvez paz, talvez diversão outrora também não sei. - Deixou em mistério a sua indiferença. — O que faz por aqui senhorita? O palácio lhe cansou? - Referia-se a tal visita ao monte Olimpo.

Ele pensou. Mordeu o dedo indicador a olhando até resolvê-la deixar falar. Com a frase referente ao Olimpo, não entendeu. Aquilo parecia ser o paraíso perfeito para divindades e para trapaceiros, mas logo com os gestos dela meio infantis o que o lembrava de sua amada mãe que falecera antes do Adeus, acabou suspirando como se concordasse e mesmo ainda, desconfiasse.  Passou a mão pelo rosto até ver uma sombra lhe cobrir o corpo. Era um colossal ser de gelo bem atrás da divindade. Seguidamente, ela parecia questionar se ele tinha interesse em "brincar" com o ser o que o fez momentaneamente, recuar. Fez um não com o dedo e a olhou diretamente nos olhos :

— O que a senhorita faz aqui? Mesmo que seja entre parte agradável, acho que aqui não é lugar para uma mulher. - Ele mentia quanto a presença feminina, mas dava continuidade escondendo com seu sarcasmo.— Ainda mais, se tratando de uma divindade. - Completou. Seus passos foram para frente, mexendo na roupa até arrancar um cigarro, colocou entre os lábios e tirou um isqueiro bem enferrujado encontrado no pescoço de algum morto que boiava na lagoa próxima a sua prisão assim tragando a essência. Soltou depois de poucos minutos a fumaça assim olhando a espécime gigantesca arqueando uma das sobrancelhas para fitar a frente :

— Sua única companhia? - Quis quebrar o silêncio.

A escutou percebendo que tinha escolta então abaixou a cabeça movendo a neve com a pé fazendo um pequeno monte. ela parecia ter uma personalidade agradável por outro lado podendo ser fria. Uma tabela na cabeça de Bern se formou fazendo as suas observações ouvindo. Legal? Não percebia este lado, mas sorriu por dentro sem deixar sua face séria ser mudada. Se ergueu com seriedade caminhando até ela até parar por um instante vendo que talvez fosse embora até volver. Não entendeu, mas suspirou novamente tragando o cigarro a fitando :

— Parece ser poderoso. Se ninguém mexer com fogo. - Disse com uma voz carregada de um ar cansado retirando o cigarro dos lábios. — Eu sou apenas o que me mandam ser. - Disse tristonho abaixando a cabeça para fitar o solo andando a frente passando ela com as mãos nos bolsos. Tremeu um pouco com o lábio equilibrando agora o papel trêmulo até cuspir contra a neve o fazendo apagar. Passou os dedos nos olhos parando já a muitos metros longe dela olhando para trás sem forçar a garganta :

— Ficará por aqui? Ficar sozinha não faz bem. - Escondeu seu foco na conversa para convencê-la a segui-lo.

Escutá-la o fez ficar parado com as
mãos nos bolsos e a cabeça baixa fitando a neve por alguns instantes. Sentiu certo tremor a tentar lhe desequilibrar o que o fez separar mínimos centímetros as pernas para se acalmar até se virar rumando os olhos a forma, fitando seu rosto :

— Acho que este é o meu dever madame. - Ele arqueou a sobrancelha. — Balron na ausência de Griffon é o juiz das almas. E mesmo que se tratando de uma mulher ou melhor, uma divindade, eu ainda me mantenho ao meu cargo… - Talvez tenha mal compreendido a fala da divindade da neve, suspirando ao tentar se virar, mas interrompido pela voz doce, mas forte da mulher, seus ombros relaxaram e a cabeça não lhe foi erguida :

— Fui morto. - Pausou pensando em seu pai, o deus da morte e então sondou a mão contra a cabeça.— Acho que foi o fim mais doloroso que já pudê ter. - Observa algumas cicatrizes que eram espalhadas em seus braços :

— Melhor eu ir andando. Por que não vamos ao outro lado? Aqui podem nos ouvir. - O sussurro, baixo, tímido, calmo e seco o fez recuar se virando para andar. Seus lábios se abriram dando um longo suspiro. para ele, um assunto que o mexia diretamente em lógica o faria ficar anestesiado, como saberia confiar nas pessoas? Sua objetividade sempre foi desarmá-las e não querê-las por perto.